Thursday, December 20, 2007

Trabalho só amanhã / Namoro só separado / adeus aos recados no texto e nos títulos do post

Fui preso por estar bêbado, trabalhava em Brasília,
no governo, mexia em projetos, cheiro de carpete velho,
listas, pilhas de dossiês, sei lá o que fazia
a prisão fui com mais alguem depois fui solto
não me lembro de com quem nem por que
fui solta nem sei por que mas o processo corria
e eu tinha que agir por conta disso
disso isso o que? não tenho idéia - a história do trabalho,
os despachos, Brasília o carpete é era outra coisa,
um repertório simbólico mais distante

No governo se trabalha por indicação,
quem sabe essa seja a única forma
que me reste para trabalhar.
Nem rezando, nem me programando neurolinguísticamente
[que na verdade são a mesma coisa]
quero me ver livre
dessas auto pragas em curto prazo
{trabalhar por indicação}

Fui falar com um major, tipo secretário de segurança pública,
ele tinha alguma autoridade sobre meu processo.
me deu de ombros, segui ele pelas escadas da prefeituras,
aquela arquitetura modernista, que lembra carpete
e burocracia, ele chegou em uma sala, cortinas
e grandes panos de vidro nas janelas.
Hoje em dia qualquer escritório de arquitetura sabe
o quanto cobrar de fornecedores de vidro
por uma bela fachada inteira,
é preciso cuidados especiais sobe riscos de incêndios nesses casos

Na sala do major, a pessoa com quem ele ia se reunir,
mais parecia sua secretária, era minha conhecida,
acho que Bárbara,
militante verde dos meus oitenta, yoge, vegetariana, pv,
quem sabe não era ela, penso que ela era
uma secretária de planejamento da prefeitura,
mas ela estava em uma mesa menor na sala
que o major tomava a mesa principal,
assim ela era uma secretária desse major.
Ficou constrangida quando lhe comprimentei com um beijo.
e fui embora

saindo, indo de volta, passa-se por de baixo de um viaduto,
que é onde o desenvolvimento guarda lugar
para a humanidade na cidade,
vi minhas pastas perdidas jogadas no chão,
que sorte pensei, ainda bem que,
e vi minha revista pornô setenta,
pb em papel jornal tinha sido desmembrada
estava espalhada, o dono ausente daquele sebo de baixo do viaduto
tinha colocado as lâminas de minha revista querida
como chamariz de pilhas de revistas velhas de temas variados,
ardiloso pensei e acordei, anotei e tomei meu gole de mijo,
comi requeijão com geleia de figo, café,
e corri pra cá que já passei muito tempo sem escrever,
a cabeça borbulha e os dedos cossam

viagens pela frente

recados no título e no corpo de texto de um blog são o ó

encontrando crimes em minha cabeça
até que me lembrei do quanto que admiro silêncios
e isso me deu um pouco de autonomia
aquela estupidez da clarice
o botão foda-se apertado com muita força
que lindo nos outros inadmissível em mim

em outras palavras seu silêncio me localiza
coisas de filho averso a própria mãe
como uma pedra que girando amarrada em um barbante
eu filho nunca vai longe
sempre arrumando motivos cordas
girando desesperadamente para rompê-las
prejudicando permanentemente meus laços futuros
novamente um berso para a ambiquidade
onde os laços futuros presentes são atados com promisquidade
e prazerosa permanentemente provados
em seus limetes de tensão afastamento
assim amor separado e toda teoria justificando
a ambiquidade do sentimento
o movimento é a roda
adoro a carroça de feno [boch]
exu pras criancinhas, como império dos sentidos
pras criancinhas, amor e restos humanos, o conformista tudo pra crianças
a roda numa linha é um movimento de vai e volta, como um pistão

onde vou aprender a sonhar?

rua glete palavra gilete, gille
palavra cortando o tempo em polaridades de sentidos
me lembrou a teoria das cordas que nunca soube sobre
as linhas vibram e tomam outras dimensões
ainda assim palavras plana polar

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