Sunday, December 30, 2007

consiência com c

hoje não tém sonho.
sonho devia ser duas palavras, uma pra aquilo que se lembra do que se passou dormindo e outra pra aquilo que se idealiza. vai um diferença estúpida. Eu tenho sonhos e não tenho sonhos.
Mais um texto envergonhador. Desses que depois de escrito me questiono se apago ou não. Mas como a régra é o contrário, tenho procurado pistas que possam me exclarecer o que faz a regra ser o contrário nesse mundo meu aqui.
Listando: o medo de tudo, a ingeção na bunda, um segredo imenso, não sei se erra diferente ou simplismente pior. a noite da injeção que tinha adelino, inalda e mais uma boa quantidade de familiares. não lembro das palavras mas tenho lembrado do sentido de humilhação. não era só vergonha, eu não era

Friday, December 28, 2007

o que resta de sonho esquecido

Você tem alguma estratégia pra morrer?
Quem me perguntou foi meu tio Tonho, estávamos eu, Tonho e Nitinha em uma sala pequena em Recife, mas que tinha uma mesa de sinuca. Eu gastei um bom tempo calculando uma bola. Bati em baixo, a bola era amarela, a camisa de tonho era amarela, joguei a bola pra acertar o osso no cotovelo dele, não era pra doer, nem ele reagiu como se o tivesse agredido, mas aquela bola doeria quem qualquer pessoa, são coisas de sonho.
Ai, ele me perguntou, você tem alguma estratégia pra morrer?
e eu disse que não e me lembro do tanto que jogo e ocupo minha vida com jogo. nada de azar, nada de dinheiro. o gamão pra provar da reviravolta. tiro em primeira pessoa pra se deliciar com cenários.
você tém uma estratégia pra morrer? me lembrou um tanto do que jogo só pra perder
um tanto insustentável.

Wednesday, December 26, 2007

verdade ou concequência?

muita preguiça e muitos sonhos
Eu tinha que trocar um cheque numa produtora, agência de publicidade.
Não me lembro bem o que era, mais parecia uma produtora, parecia que o povo todo tava pesquisando e produzindo. Eu, sem trabalho, era apresentado a um e a outro. Não lembro de nomes mesmo.
Jurandir, , , Patrícia, Júliana. Mas isso não tem nada a ver com o sonho.
O caminho para a produtora onde eu recibi o cheque. Hum.
Na verdade, era na produtora que eu recebia o cheque para depois trocá-lo. Mas no meio tempo, na espera da produtora, eu desenhei o cheque, e por isso começamos a acompanhar o dono de lá, até o banco onde provavelmente o cheque seria endoçado. Esse cara, o dono, não me deu carão por ter estragado o cheque, e acompanhamos ele no caminho de um suposto banco,
O sonho terminou antes.
Antes do fim, lembro, a rua da produtora era de barro, ficava num lugar que seria a rua da Level e da Creperia Momartre, perto da Ilha das Cobras em Recife.
Eu fui a pé pra produtora, uma amiga me acompanhou, mas não me lembro quem, passamos pela frente da produtora da HBO, era tudo de vidro.
Antes de entrar na rua perto da Ilha das Cobras, vinha de um grande espaço urbano perdido, tipo uma rotatória, dessas que tem por São Paulo em toda parte.
Ai o sonho termina e não tem nada mais.
dia vinte e sete
idade trinta e oito
alguns compromissos pagos
várias dívidas em aberto

Tuesday, December 25, 2007

amigos e amigas

hoje foi um dia normal
um dia burocrático pro mundo
muito passeio de moto pra mim
uns setenta kilômetros
parabéns de Patrícia, Sílvio, feliz natal de Jackson,
ligação de keops, café da manhã de ju,
parabéns de vela
celular desligado
por do sol de baixo de chuva
vizita a Janka

posso dizer que o dia de natal
meu aniversário
não é um dia que me traga boas lembranças
a dois anos atrás desisti de festejar em família
me custou muito tempo e ainda me custa
mas posso apontar o dia de natal
como o dia prova da minha não existência

me custou muito tempo
entender que tanto não devia algo secreto
mais tempo ainda me custou
entender o tanto que não dizia respeito

me ocupo com gente que pouco me diz respeito
ao tanto de agenda sem sentido
em meio a gente que não tinha nada a ver
quando eu não tinha outra alternativa
se não aceitar e comprir tabela

parabéns a mim mesmo

Dia de Aniversário

um passarinho passa
afazeres ocupam
o dia é melhor
num coração sem agenda

Novidade velha

Alguns anos atrás conheci uma menina que a cada coisa que eu falava gritava frase de efeito.
O que era aquilo? Frase de efeito. Acho que nunca vou saber. Pelo que entendi, acho que ela dizia que eu não tinha nada a dizer, pelo que eu sinto, acho que eu tentava fazer sentido em um ambiente hostil e desintereçante. Um paulista diria, Nossa, o texto já descambou de vez pra meu umbigo e não tém mais como levantar.

Quero um lugar pra ir de moto.
Tenho uma ameaça constate e horrorosa de desajuste, desenterece, despropósito.
A casa está vazia, a cidade está maravilhosamente vazia.
e eu estou com um sensação horrorosa de estar me escondendo aos poucos já fazem dois dias.
eu querendo trabalhar agora, mas fazer o que ?
todas as procuras em vão.
um vão permanente.
ai lixo despropósito vazio morto

tentando encontrar esse propósito
me deparando com esse vazio
lembrando da amiga de algum tempo atrás
as frases de efeito caladas
nesse mundo por enquanto
vida longa de raciocínio curto

Thursday, December 20, 2007

Trabalho só amanhã / Namoro só separado / adeus aos recados no texto e nos títulos do post

Fui preso por estar bêbado, trabalhava em Brasília,
no governo, mexia em projetos, cheiro de carpete velho,
listas, pilhas de dossiês, sei lá o que fazia
a prisão fui com mais alguem depois fui solto
não me lembro de com quem nem por que
fui solta nem sei por que mas o processo corria
e eu tinha que agir por conta disso
disso isso o que? não tenho idéia - a história do trabalho,
os despachos, Brasília o carpete é era outra coisa,
um repertório simbólico mais distante

No governo se trabalha por indicação,
quem sabe essa seja a única forma
que me reste para trabalhar.
Nem rezando, nem me programando neurolinguísticamente
[que na verdade são a mesma coisa]
quero me ver livre
dessas auto pragas em curto prazo
{trabalhar por indicação}

Fui falar com um major, tipo secretário de segurança pública,
ele tinha alguma autoridade sobre meu processo.
me deu de ombros, segui ele pelas escadas da prefeituras,
aquela arquitetura modernista, que lembra carpete
e burocracia, ele chegou em uma sala, cortinas
e grandes panos de vidro nas janelas.
Hoje em dia qualquer escritório de arquitetura sabe
o quanto cobrar de fornecedores de vidro
por uma bela fachada inteira,
é preciso cuidados especiais sobe riscos de incêndios nesses casos

Na sala do major, a pessoa com quem ele ia se reunir,
mais parecia sua secretária, era minha conhecida,
acho que Bárbara,
militante verde dos meus oitenta, yoge, vegetariana, pv,
quem sabe não era ela, penso que ela era
uma secretária de planejamento da prefeitura,
mas ela estava em uma mesa menor na sala
que o major tomava a mesa principal,
assim ela era uma secretária desse major.
Ficou constrangida quando lhe comprimentei com um beijo.
e fui embora

saindo, indo de volta, passa-se por de baixo de um viaduto,
que é onde o desenvolvimento guarda lugar
para a humanidade na cidade,
vi minhas pastas perdidas jogadas no chão,
que sorte pensei, ainda bem que,
e vi minha revista pornô setenta,
pb em papel jornal tinha sido desmembrada
estava espalhada, o dono ausente daquele sebo de baixo do viaduto
tinha colocado as lâminas de minha revista querida
como chamariz de pilhas de revistas velhas de temas variados,
ardiloso pensei e acordei, anotei e tomei meu gole de mijo,
comi requeijão com geleia de figo, café,
e corri pra cá que já passei muito tempo sem escrever,
a cabeça borbulha e os dedos cossam

viagens pela frente

recados no título e no corpo de texto de um blog são o ó

encontrando crimes em minha cabeça
até que me lembrei do quanto que admiro silêncios
e isso me deu um pouco de autonomia
aquela estupidez da clarice
o botão foda-se apertado com muita força
que lindo nos outros inadmissível em mim

em outras palavras seu silêncio me localiza
coisas de filho averso a própria mãe
como uma pedra que girando amarrada em um barbante
eu filho nunca vai longe
sempre arrumando motivos cordas
girando desesperadamente para rompê-las
prejudicando permanentemente meus laços futuros
novamente um berso para a ambiquidade
onde os laços futuros presentes são atados com promisquidade
e prazerosa permanentemente provados
em seus limetes de tensão afastamento
assim amor separado e toda teoria justificando
a ambiquidade do sentimento
o movimento é a roda
adoro a carroça de feno [boch]
exu pras criancinhas, como império dos sentidos
pras criancinhas, amor e restos humanos, o conformista tudo pra crianças
a roda numa linha é um movimento de vai e volta, como um pistão

onde vou aprender a sonhar?

rua glete palavra gilete, gille
palavra cortando o tempo em polaridades de sentidos
me lembrou a teoria das cordas que nunca soube sobre
as linhas vibram e tomam outras dimensões
ainda assim palavras plana polar

Monday, December 17, 2007

como vou aprender a ler?

fui com pati passear
segunda, sempre tem alguma coisa fechada
legal é usar a moto

saimos depois do almoço, paramentei minha bolsa com penduricalhos, o mosquetão quarda as chaves, a bolsinha o celular, dentro da bolsa querendo criar confusão, uma banana, um yakut, uma água e um iogurte.

como vou falar do que não tenho aqui?
depois da primeira frustração buscamos uma memória,
um passeio tímido com algumas árvores,
uma pouco de sentado, fotos, e vazios

fomos adiante, e passamos por uma represa.
as represas redimem são paulo, o sol estava forte mas não cáustico.
passeamos por estrada de terra, fomos longe, ao todo cem kilômetros.

na represa paramos a beira dágua
depois de cairmos da moto tentando subir numa ladeira de mato e lama que ia dar num nada
não comi banana, não ofereci derivados de leite.
a luz estava linda, ventava, mas era agradável.
passamos algum tempo ali, num cenário muito pouco romântico,
o reflexo da luz nas ondulações do reservatório davam razão a aquela distância,
uma árvore destruída por um ráio, e um cenário desolador de desrespeito com a beira do lago, bacias de barro ofertadas abandonadas perdidas, restos de velas de todas as cores, pixações de amor.
pensei que a árvore, o ráio, as oferendas se pertenciam
ela lê e eu dirijo a moto
ela também dirije a moto
como vou aprender a ler?

em casa me lembro da madrugada da segunda a tv pelas costa falava de narciso e eco.
alí encenamos perfeitamente, me lembro de ter me sentido ameaçado pela promeça que o ráio fazia a exitência, ali eu escapei de virar pedra.

e voltei pra casa, gostaria de ter dormido no meio do mato, mas estalamos os dedos e tomamos uma cerveja, contei de meu motorista de caminhão, que ensaiei telefonar. uma cerveja só.

e agora me encontro procurando motim. me vejo no espelho, quando ofereço salvo conduto pra aventuras. era mesmo eu que anunciava que amor não se guarda?

Friday, December 07, 2007

a dança dos leques/mijada de ouro

do domingo pra segunda sonhei que era perseguido pela polícia política, era praça de casa forte, e eu estava acompanhado de um homem e uma mulher, não me lembro bem quem. uma brasília branca nos vigiava, dentro, dois homens. lembra? na década de setenta a polícia tinha bigode e cabelão. Os caras não tinham, eram médios, pardos, grandes, camisa de tecido, calsa jeans, classe média baixa, revolver trinta e oito.
eu e meus colegas entramos naquela rua que sai da praça dando a curva pra desessete de agosto. Nesse momento a brasília nos abordou, saquei um trinta e oito cano curto que tinha e disparei. Mas as balas não faziam efeito. Depois pensando, já acordado, concluí, as balas eram velhas, bala velha as vezes ficam assim, explodem sem força, mofadas.

ai, hoje, depois de uma noite de sono intranquilo, vou ao banheiro estarrecido, mijei, e mijei muito, depois de tomar minha dose de urinoterapia. Eu tinha sonhado que mijara e mijara muito, que usa mijar no mais que perfeito tem direito de repetir impunimente, mijara. Devia ser bairro novo, janga, uma dessas práias que me dão calafrios da infância. estavamos esperando que a motocicleta fosse consertada, não me lembro por que. e uma vontade enorme de mijar, me fez mijar ali, na aréia da práia, de costas pra rua, ao lado do coqueiro, atrás de uma roda de moto escorada na árvore, mas pouco desfarçadamente atrás da roda, a vista de meu mecânico e de minhas companheiras.

Wednesday, December 05, 2007

é tudo mentira

sou fraco e não admito
minto
sou fraco e não me lembro
minto
tenho a idéia de ser fraco e minto
minto
e minto de qualquer jeito
minto pra repetir minto
e perder o sentido que buscava

Saturday, December 01, 2007

te amo quando me abandonas

te amo quando me abandonas
te amo quando me trai

te quero te roubando
na tua ausência
no teu vago
no teu vaco

corro
esporro
e me molho

me fodo e grito
me estrepo e me frito

te fodo
me fode
e fico